Em tempos de Coxilha
Nativista, este grande evento que Cruz Alta sabe fazer com maestria e que abarca
o melhor da música nativista do Rio Grande do Sul, recorro a um músico gaúcho
que, assim como eu, nunca deve ter montado num cavalo nem vestido uma bombacha.
Wander Wildner, no entanto, já fez uma milonga, “Amigo punk” – urbana e
debochada, mas ainda assim uma milonga. E ele é adepto dos violões e, volta e
meia, também das gaitas, embora musicalmente viaje mais: México, Berlim, depois
o retorno ao pampa. Um gaúcho viajante, um hippie punk rajneesh, pero um
gaúcho.
Wander é o cara que não consegue ser alegre o tempo inteiro, que tem uma
camiseta escrito “Eu te amo”, que queria morar em Beverly Hills, “numa mansão
de um milhão e quinhentos mil”, que vai se entorpecer bebendo vinho e seguir só
o seu caminho, mas que também quer “embebedar o medo de arriscar e navegar em
mares de cerveja”. O bardo gaúcho também acredita em milagres e tem ganas de
vivir:
“Caminhando pela vida eu vou
Caminhando pela vida eu vou
Pensando num amor
Em busca deste amor
Com a ilusão de ver
A minha vida florescer”
Wander Wildner, dentes tortos, tem razão. É impossível viver
sem ganas de vivir. E está dado o recado.
P.S.: Gente boa, o Wander disponibilizou sua discografia
para download gratuito. Confere lá: http://www.wanderwildner.com.br/
Um grande abraço a quem fica!