
No futebol, trata-se de um figurante: ocupa apenas a 131ª posição no Ranking da FIFA, atrás de Etiópia, Suriname e República Democrática do Congo, por exemplo. O principal representante da Islândia é o centroavante Gudjohnsen, que atuou por três temporadas pelo FC Barcelona. Entretanto na metade de 2010, os holofotes da imprensa esportiva apontaram para a terra da Björk. O Stjarnan Garðabær, clube que alterna entre as 1ª e 2ª divisões do campeonato nacional, começou a ganhar notoriedade não pelo desempenho dentro de campo, mas pelas comemorações inusitadas de gols. Coreografias inspiradas no Rambo e em uma pescaria foram as primeiras encenações a arrancar gargalhadas de quem assistia no YouTube e até mesmo em programas televisivos.
Até que eu resolvi entrar em ação.
Até que eu resolvi entrar em ação.

E não é que, para minha surpresa, a sugestão se concretizou? No confronto contra o KR Reykjavík em 06 de agosto, Árnason abriu o placar para o Stjarnan aos 13 minutos do 1º tempo. Um gol feio, estranho, digno de várzea. Mas foi um gol. O grupo de jogadores correu para o outro lado do campo, provavelmente para onde havia uma concentração maior de torcedores, e montaram a bicicleta humana! O Stjarnan perdeu para o time da capital por 3 a 1, mas a coreografia foi gravada e reproduzida em programas como o Esporte Espetacular, Tá na Área do SporTV, figurou o quadro “Top 5” do CQC da Band, fora os que eu não consegui assistir. E está eternizada em páginas online como Olé, The Sun, GloboEsporte.com, ESPN, Pop Esporte e Terra.
Eu já simpatizava com a Islândia devido às minhas influências musicais (Sigur Rós, Múm, Amiina, GusGus, entre outros) e a partir daquele momento passei a me considerar um cidadão honorário, além de começar a acompanhar melhor o futebol local. Afinal, foi uma experiência muito bacana ver vários repórteres entrando em contato para saber a origem da comemoração, como conheci o Jóhann, se eu tinha interesse em viajar para a Islândia. Confesso que, embora estudante de jornalismo na época, eu me senti celebridade por 15 minutos. Mas para a história do Stjarnan e dos Mulekes Piranha (que após o fato começaram a aparecer em vários programas de auditório), tenho certeza que contribuí.
Até a próxima!
Lucas Padilha - Jornalista