quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O homem mais rápido (e talvez honroso) de todos



Estamos acostumados a assistir cenas histórias ao longo dos Jogos Olímpicos: Gabriele Andersen comoveu o mundo com o seu fim de prova cambaleante em 1984. Vanderlei Cordeiro de Lima da mesma forma. Em 2004, o brasileiro liderava a maratona até o "louco irlandês" Cornelius abraçá-lo em um momento crucial da corrida. O bronze foi coroado com aplausos e uma medalha de honra entregue pelo Comitê Olímpico Internacional. E já temos provavelmente a imagem-marca das Olimpíadas de Londres. Também no atletismo. Mas não durante as competições.

Acostumado a quebrar recordes a cada corrida e mostrando novos parâmetros para os limites do ser humano, Usain Bolt venceu mais uma dos 100 metros rasos. Mais uma medalha de ouro. Mais uma marca olímpica batida. Mais uma previsão (se é que podemos chamar assim) confirmada. Após o feito, hora das entrevistas. A repórter da emissora espanhola TVE aborda o atleta com um inglês bem meia-boca. Relevemos.

De repente, inicia-se no mesmo estádio outra cerimônia de premiação. Sanya Richards-Ross estava no topo do pódio após vencer os 400 metros rasos feminino. Curiosidade: Sanya também nasceu na Jamaica, mas é naturalizada nos EUA. Começa a tocar o hino nacional norte-americano. E a entrevista continua rolando. Continuaria. Bolt não se contém, pede licença para a repórter e vira-se para o lado dos mastros oficiais. Encabulada, ela anuncia que começara a tocar o Star Spangled Banner. Termina o hino, segue o bate-papo.

Bolt é o velocista mais rápido do planeta e, sem sombra de dúvidas, um dos grandes nomes do atletismo. Atitude honrosa, respeitável e humilde de uma pessoa que poderia ser marrento, polêmico e arrogante, mas escolheu não ser. O gesto merece tanta (ou mais atenção) que as proezas que Bolt protagoniza dentro na pista.

O vídeo está disponível em http://www.videolog.tv/video.php?id=812084.


Até a próxima!

Lucas Padilha - Jornalista
(ainda com login emprestado, hehe)