Num belo dia, sol batendo
na janela, passarinhos cantando, acordei com vontade de ouvir Black Sabbath.
Era o meu chamado vácuo musical: não queria ouvir nada do que eu costumo ouvir
nem descobrir qualquer novidade. Queria era ouvir a antiga banda do Ozzy
Osbourne, da qual eu conhecia, sei lá, seis ou sete músicas, porque mesmo na
minha adolescência metaleira o Black Sabbath nunca passou muito perto.
Eu sempre tive uma
espécie de receio à banda – um leve temor, confesso –, porque havia toda uma
história de satanismo, magia negra, Ozzy engolindo morcegos no palco, o sangue
escorrendo pelo pescoço, mitos & verdades que sempre me espantaram. E tinha
também a capa do primeiro álbum, homônimo da banda, com a bruxa de Blair ou sei
lá o que é aquilo. Nunca esqueci dessa capa desde que a vi numa revista sobre
música, e eu nem era mais criança.
Pois naquele belo dia ensolarado eu acordei disposto a
encarar os fantasmas do passado e quitar uma dívida que eu tinha com meus
ouvidos: ouvir Black Sabbath a fundo, incessantemente. Com a sempre providente
internet, fui “adquirindo” os primeiros discos, um a um, e ouvindo-os na
sequência, desde o da bruxa, que começa com som de chuva e sinos – medo! – até
quando os tímpanos suportaram: brutalidade sonora, ritmo pulsante, vocais
ensandecidos.
Foi uma experiência bem
interessante, cheguei a visualizar Ozzy mordendo morcegos. Queimei um CD só com
Black Sabbath, e nesta sexta-feira 13, pretendo ouvi-lo, pelo menos um pouco.
Além de a data ser propícia, o primeiro disco da banda, o da bruxa, foi lançado
exatamente em uma sexta-feira 13. Seria legal se a TV passasse "A Bruxa de
Blair".